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A Redação.



domingo, 29 de julho de 2012

De cima de um arranha céu



De cima de um arranha-céu, sentado em um parapeito, um jovem olhava a cidade e a estrada que saia do coração da cidade e se perdia no horizonte, do lado de onde a lua toca no fim da noite.

As dezenas de pontinhos de luzes representavam os carros, cada carro representava uma vida e cada vida uma história.
Aquele rapaz fixou seu olhar em um carro sujo, parecia ser de cor prata, aparentemente sem nada especial. Dentro do carro, o rádio estava desligado, no volante um senhor com o rosto enrugado aparentando uns 60 anos, com uma mão na direção e a outra sobre a mão da senhora que estava ao seu lado, pele branca de olhos azuis e semblante sereno. Pareciam casados há anos, aparentavam pessoas de paz. Poderiam ser seus pais ou até os meus. Conversavam de algo peculiar sobre aquela tarde. Ele sorria o tempo todo, ela nem tanto.
Mesmo sendo em pleno verão, o vento frio cortava a noite da cidade e dava a impressão que trazia o recado para o jovem lá no alto que algo terrível iria acontecer.
Ele já estava lá em cima por algumas horas, segurava uma lata de coca-cola e do lado, no parapeito, um pacote de biscoito aberto restando no máximo dois ou três.
De repente um carro vermelho sai da cidade feito louco, Parecia que estava fugindo de alguém.
O jovem, logo que vê o carro vermelho, se coloca de pé no parapeito como se soubesse o que tinha que fazer. Da até calafrio na coluna ao ver aquele jovem em pé no parapeito sem nenhum equipamento de segurança, ele se comportava como se estivesse no lugar mais seguro do mundo, como se tivesse a um palmo do chão.
O carro vermelho começa a costurar os carros na estrada, de tão rápido, dava a impressão que os outros carros estavam quase parados.
Boa coisa não poderia acontecer. O carro vermelho perde a estabilidade ao tentar ultrapassar pela direita o carro sujo, que parecia ser prata. O carro onde se encontrava o casal.
O carro vermelho vai até o acostamento e volta com tudo batendo sua traseira no carro do casal, jogando-os na mureta central.  Com o barulho, a senhora do banco de passageiros grita de susto “Deus do Céu”. Como se fosse possível, o senhor tenta segurar o carro, mas o pneu já tinha estourado, o carro gira desgovernado e atravessa a pista batendo de frente do outro lado parando com tudo.
Estava longe demais para a luz da cidade ser capaz de iluminar algo no local do acidente. Como um vulto, a luz da lanterna traseira do carro vermelho some no horizonte.
Os segundos de silencio parecem anos, os dois no carro não se mexem, não há movimento, não há vida.
Carros vão parando lentamente. Todos que passavam olhavam para o acidente com muita tristeza e angústia.
No alto do arranha-céu as pequenas luzes da estrada pareciam estar paradas acumuladas em um canto, o jovem não estava mais lá, tinha saído tão rápido que deixou a lata meio cheia e o biscoito no mesmo lugar.
A porta do passageiro se abre, o silencio é rompido com um sussurro que falava: “Estou com muita dor nas costas, muita dor nas costas.”
A senhora vira a cabeça lentamente e vê um jovem vestido de branco, como um médico, que falava: Fique calma, eu estou aqui para cuidar de você, você não precisa fazer nada, a gente vai cuidar de você.
Como se estivesse flutuando ela é retirada do carro e colocada em uma maca. Foi como um dos abraços carinhosos que recebia dos seus filhos quando eram pequenos. Seu marido também é retirado do carro, e colocado na ambulância.
A alma acalma, a respiração volta ao normal, a visão clareia. E a senhora pergunta: Como você chegou tão rápido? O jovem  fazendo carinho na sua testa responde apenas com um leve sorriso.
Enquanto a maca é ajustada na ambulância, ela fala: “Muito obrigado por tudo, como é bom ter pessoas como você por perto, pessoas que vivem para socorrer pessoas”.
A porta da ambulância se fecha, a sirene toca e os carros voltam a andar na estrada.
O jovem volta para o topo do arranha-céu, recolhe suas asas vermelhas de mais de dois metros de largura, e senta no parapeito para acabar a sua coca-cola com a sensação de trabalho cumprido.
[Conto baseado nos relatos da minha mãe sobre o paramédico que a socorreu em um acidente de carro, minha eterna gratidão a esses homens e mulheres que trabalham salvando vidas]
Por Marcos Botelho
Fonte: Guia-me

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